Vamos sair?

Sabe aquele velho amigo que você não vê há quase 1 ano e de repente o encontra na rua, vindo em sua direção? Nesse momento é só felicidade, o sujeito emagreceu/engordou, está com o cabelo diferente, namorando, todo mudado. Conversa vai, conversa vem, e no calor da alegria, é inevitável soltar a pergunta:Vamos marcar de sair um dia?
Porém, a amizade já não tem mais aquela mesma intensidade de antes, e esse convite para sair acaba em vão.
O tal convite em vão se repete não só nessas ocasiões, mas também quando encontramos um colega que a gente até gostaria de reforçar a relação e transformá-la em amizade, mas parece que tem alguma coisa que nos impede, falta afinidade em alguma coisa e não sabemos o quê, falta assunto...às vezes nem é falta de assunto, às vezes o colega não tem nada a ver com a gente mesmo.
Forçar amizade nem sempre é legal, só é interessante mesmo em se tratando de assuntos profissionais mesmo, que você sabe que vai precisar daquela pessoa a qualquer hora. Mas, se for pra chamar pra sair, cumpra o prometido.

Digo isso por experiência própria.

Minha cidade é um ovo.

Uma coisa muito engraçada que eu noto aqui no meu estado é que o lugar é tão pequeno, mas tão pequeno que muita gente acaba nem chamando-o propriamente de estado. Brasília é só aquele "aviãozinho" que consiste em Asa Sul, Asa Norte, Lago Sul e Lago Norte, o resto das cidades que estão ao redor são apenas parte do Distrito Federal, que é o estado.
Eu mesma, não moro nesse "aviãzinho" que é o Plano Piloto, mas o lugar que eu moro é tão perto que levo uns 20 minutos pra chegar lá de ônibus!
Outra coisa interessante é o contraste de realidades, que é bem vivo. Você sai da Vila Cauhy, que é uma espécie de "mini favela" e em menos de cinco minutos já está no Setor de Mansões do Park Way. É muito louco isso, ver um cortiço e um palacete lado a lado!
É quase automático, conheço um sujeito num chat da vida e o cara logo pergunta "Você é da onde?" aí eu respondo "Sou de Brasília". Já tentei, mas não consigo dizer que moro na minha cidade, que mais parece um bairro. Se eu disser, vai soar estranho pra mim.

De corpo e não de alma.

Às vezes sou tão desligada, mas tão desligada que sou capaz de prejudicar o próximo e até a mim mesma sem perceber. Acho muito chato ter que se policiar o tempo todo, para muitas pessoas isso é normal, quase automático, mas para mim é um esforço a mais. Parece papo de preguiçoso, e pode ser que um dos motivos desse "desligamento" seja mesmo a preguiça de se atentar. Mas é tão bom pensar na vida, tão bom viajar, ter aquela sensação de que tudo é lindo e maravilhoso. É tão bom falar o que eu quero, fazer o que eu quero, tudo na maior inocência e ver que ninguém está se importando com isso...é tão bom fazer tudo no meu tempo e na minha velocidade, sem que ninguém venha me apressar e me dar esporro, poder sair de casa com a roupa que eu quero mesmo que eu esteja ridícula, mostrar meu verdadeiro EU sem me preocupar se isto vai queimar a minha imagem. Quem me dera se isso tudo fosse sempre possível.

Primeiras pichações.

Eu sou capaz. Sim, sou capaz de mostrar o que está por trás desse muro, esse muro que acabou de ser construído especialmente para ser rabiscado, pichado, grafitado, pintando, enfim...
A pichadora sou eu. E enquanto esta página estiver ativa, pretendo colocar o que eu sinto, o que eu penso, o que eu sou, os segredos e desejos a serem revelados, compartilhados com vocês, amigos leitores.

Beijos cósmicos.